(Auto)encenação nos filmes domésticos

Da pose fotográfica à espetacular

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DOI :

https://doi.org/10.22475/rebeca.v14n1.1133

Mots-clés :

Autorrepresentação, Vida privada, Encenação, Filmes de família

Résumé

Neste artigo, temos por objetivo responder à seguinte questão: como as pessoas se autorrepresentavam nos filmes de família, num período em que as câmeras que registram movimento não eram tão acessíveis quanto são atualmente? Como objetivos específicos, apresentamos conceitos sobre vida privada e características de filmes domésticos, analisamos como as pessoas encenam diante do cinegrafista familiar e criamos categorias dos tipos de encenação encontrados nesse subgênero. Nas referências bibliográficas, utilizamos principalmente os autores Roger Odin (2005, 2007, 2010, 2014), Jean-Louis Comolli (2008), Jacques Aumont (2011) e Erving Goffman (1985). A metodologia de pesquisa adotada foi a análise empírica de filmes de família realizados em Super 8 na década de 1970. Categorizamos em sete os tipos de encenação desses filmes: fotográfica, normal, simulada, esquiva, encabulada, gestual e espetacular. Defendemos que o modo com que cada personagem age diante da câmera depende de sua própria personalidade, do nível de intimidade com o cinegrafista, do grau de familiaridade com o equipamento cinematográfico e de quem irá assistir àqueles filmes. Esperamos contribuir para a reflexão nos estudos sobre filmes de família e sobre autorrepresentação cinematográfica.

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Bibliographies de l'auteur

Ana Clara Campos dos Santos, Universidade Federal de Juiz de Fora

Realiza Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Integrante do Grupo de Pesquisa Comcime – Comunicação, Cidade e Memória. 

Christina Ferraz Musse, Universidade Federal de Juiz de Fora

Possui mestrado (2001), doutorado em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2006) e pós-doutorado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2017). É professora titular do Curso de Jornalismo da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFJF. É líder do Grupo de Pesquisa Comcime – Comunicação, Cidade e Memória.

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2025-07-10

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