Cinéma brésilien subalterne contemporain
Violence et subjectivités en Arábia et A vizinhança do tigre
DOI :
https://doi.org/10.22475/rebeca.v12n1.924Mots-clés :
Cinéma brésilien, Violence, Subalternité, Jeunesse périphériqueRésumé
L'article porte sur les constructions de la violence et ses relations avec la prison et le trafic de drogue dans le cinéma brésilien produit en 2010, dans une perspective comparative avec des films sur le sujet sortis à la fin des années 1990 et au début des années 2000. Partant de la reconfiguration des lieux de discours dans le cinéma brésilien des années 2010, rendu possible par le changement des politiques culturelles et du financement du cinéma dans les années 2000, il est possible d'identifier un changement de perspective sur la violence dans la périphérie et en prison par rapport aux films produits dans la reprise et post-reprise du cinéma brésilien. Pour cela, nous avons choisi Arabia (2017), d'Affonso Uchoa et João Dumans, et A vizinhança do tigre (2014), d'Affonso Uchoa, comme corpus principal de l'analyse comparative avec Carandiru (2003), d'Hector Babenco, et Notícias de uma Guerra particular (1999), de João Moreira Salles et Kátia Lund. Au vu du parallèle historique proposé, nous utilisons la méthode généalogique développée par Michel Foucault (2016), qui propose des catégories pour l'analyse de l'intérieur et de l'extérieur du film, articulant le micro-enregistrement de l'audiovisuel avec ses conditions historico-politiques de possibilité. A travers l'analyse des films, nous concluons que Arábia et A vizinhança do tigre se détachent de l'attrait de la violence donné à la périphérie dans la décennie précédente, pour traiter des stratégies de vie des personnages face à la structuration violente de le pouvoir, la lutte quotidienne pour survivre et la possibilité de rêver à d'autres mondes possibles, thème central des films.
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