A femme fatale em Ela e outras mulheres (2006) de Rubem Fonseca e em O lobo atrás da porta (2013) de Fernando Coimbra
DOI:
https://doi.org/10.22475/rebeca.v14n1.1044Palavras-chave:
Femme Fatale, Film noir, O lobo atrás da porta, Belinha, ViolênciaResumo
Partindo da figura da femme fatale, o presente trabalho pretende analisar o modo como o conto Belinha de Rubem Fonseca, e o filme O lobo atrás da porta (2013), realizado por Fernando Coimbra, inspiram-se nesta personagem essencial do film noir. Para tal, o artigo divide-se em três momentos: no primeiro, será feita uma breve análise da femme fatale enquanto tropo do film noir americano dos anos 1940 e 1950 e como esta evoluiu no contexto do neo-noir; no segundo, após contextualizar sucintamente a obra de Rubem Fonseca no contexto da literatura brasileira, em particular da literatura policial, olhar-se-á para como o autor evoca a figura da femme fatale no conto Belinha; por último, será feita a análise do filme O lobo atrás da porta, atendendo à centralidade da figura da mulher fatal e como o filme se inspira nas convenções do cinema noir. Ao olhar para o papel da femme fatale nestas duas histórias, procurar-se-á compreender como se relacionam com a figura do film noir clássico, mas igualmente como a figura tem evoluído, quer no cinema, quer na literatura, mantendo-se relevante na contemporaneidade.
Downloads
Referências
ARNETT, Robert. Neo-noir as post-classical Hollywood Cinema. Nova York: Palgrave Macmillan, 2020.
ARTHUSO, Raul. O Lobo Atrás da Porta, de Fernando Coimbra (Brasil, 2013). Revista Cinética, 28 out. 2013. Disponível em: revistacinetica.com.br/home/o-lobo-atras-da-porta-de-fernando-coimbra-brasil-2013/. Acesso em: 23 jun. 2025.
BARRETO, Rodrigo de Sousa. Medo e violência: representações na literatura policial carioca do século XXI. 2018. Dissertação (Mestrado). Universidade de Lisboa, Lisboa, 2018.
BORDE, Raymond e Étienne Chaumeton. A panorama of american film noir,
1941-1953. Traduzido por Paul Hammond. São Francisco: City Lights, 2002.
BULHÕES, Marcelo Magalhães. A grande arte: da transgressão do noir ao olhar ‘de fora’ na adaptação cinematográfica. Revista Famecos, v. 26, n. 3, 2019. Disponível em https://revistaseletronicas.pucrs.br/revistafamecos/article/view/32451. Acesso em: 23 jun. 2025.
BROOKES, Ian. Film noir: a critical introduction. Nova York: Bloomsbury Publishing USA, 2017.
COMELLAS, Pere. “Rubem Fonseca e o policial noir”. Abriu, 3, 51-69, 2014.
CONARD, Mark T. The Philosophy of Neo-Noir. The University Press of Kentucky.2007.
COSTA, Flávio Moreira da. Existe uma literatura policial brasileira. Cândido: Jornal da Biblioteca Pública do Paraná, n. 6, pp. 18-23, jan. 2012. Disponível em: https://www.bpp.pr.gov.br/sites/biblioteca/arquivos_restritos/files/migrados/File/candido06.pdf. Acesso em: 23 jun. 2025.
FARRIMOND, Katherine. The contemporary femme fatale: gender, genre and American Cinema. Routledge: Taylor & Francis Group, 2018.
FONSECA, Rubem. Ela e outras Mulheres. Rio de Janeiro: Editora Agir, 2006.
GALVÃO, Walnice Nogueira. As musas sob assédio. São Paulo: Senac, 2005.
GREVEN, David. Representations of femininity in American Genre Cinema: the woman’s film, film noir, and modern horror. Nova York: Palgrave Macmillan, 2011.
MANDEL, Ernest. Delícias do crime: história social do romance policial. São Paulo: Editora Busca Vida, 1988.
MARTIN, Angela. Gilda didn't do any of those things you've been losing sleep over!': the central women of 40s films noirs. In: KAPLAN, Ann E. (ed.). Women in film noir. Palgrave Macmillan, 1998. pp. 202-228.
MARQUES, Joana Emídio. Notícias do bloqueio. Lisboa: Língua Morta, 2023.
MASCARELLO, Fernando. História do Cinema Mundial. Campinas: Papirus, 2006.
MATTOS, Antônio Carlos Gomes. O outro lado da noite: filme noir. Rio de Janeiro:
Rocco, 2001.
MENDES, Fábio Marques. Realismo e violência na literatura contemporânea: os contos de Famílias terrivelmente felizes, de Marçam Aquino. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2015.
MENDONÇA, Márcia Rejany. O gênero feminino em Rubem Fonseca. Anuário de Literatura, v.7, n. 7, p. 169-189, 1999. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/5301. Acesso em: 23 jun. 2025
NERONI, Hilary. The violent woman: femininity, narrative, and violence in contemporary American Cinema. Albany: State University of New York Press, 2005.
OLIVEIRA, Marco. “Crítica | O Lobo Atrás da Porta.” Outrahora. 17 set. 2019. Disponível em: https://outrahora.com/blog/17/9/2019/crtica-o-lobo-atrs-da-porta. Acesso em: 23 jun. 2025.
O LOBO atrás da porta. Direção: Fernando Coimbra. Brasil, 2013. Produção: Gullane Filmes. 100 min., sonoro, colorido.
PALMER, William J. The films of the nineties: the decade of spin. Nova York:
Palgrave Macmillan.2009.
PELLEGRINI, Tânia. Despropósitos: estudos de ficção brasileira contemporânea. São Paulo: Annablume, 2008.
PIDDUCK, Julianne. The 1990s Hollywood fatal femme: (dis)figuring feminism. CineAction, n. 38, pp. 64-72, 1995.
REIMÃO, Sandra. Literatura policial brasileira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
SILVERMAN, Malcolm. Protesto e o novo romance brasileiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
SIQUEIRA, Thiago. O Lobo Atrás da Porta (2014): medo e dor em um noir suburbano. Cinema com Rapadura. 30 maio 2014. Disponível em: https://cinemacomrapadura.com.br/criticas/333415/o-lobo-atras-da-porta-2014-medo-e-dor-em-um-noir-suburbano/. Acesso em: 23 jun. 2025.
SMITH, Imogen Sara. In lonely places: film noir beyond the city. Jefferson: McFarland & Company, Inc., Publishers, 2011.
STRAAYER, Chris. Femme fatale or lesbian femme: bound in sexual difference. In: KAPLAN, Ann. E. (ed.). Women in film noir Nova York: Palgrave Macmillan, 1998. pp. 151-163.
VIDAL, Ariovaldo José. Roteiro para um narrador: uma leitura dos contos de Rubem Fonseca. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000.
WILLIAMS, Linda Ruth. A woman scorned: the neo-noir erotic thriller as revenge drama. In: BOULD, Mark; GLITRE, Katrina; TUCK, Greg (eds.). Neo-Noir. Londres: Wallflower Press, 2009.
ZIZEK, Slavoj. Lacrimae rerum. São Paulo: Boitempo, 2018.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 André Francisco

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.