Materia Obscura (2009): metamorfose alquímica e a transmigração analógico-digital
DOI:
https://doi.org/10.22475/rebeca.v8n1.549Palavras-chave:
pós-cinema, performance audiovisual, morph, obsolescênciaResumo
Propõe-se analisar a performance audiovisual Materia Obscura (2009-), de Jürgen Reble e Thomas Köner, considerando sua visualidade híbrida entre a tecnologia digital e a matéria analógica como formulação do pós-cinemático. A obra surge como transcodificação de um filme anterior, Instabile Materie (1995), composto por quimigramas em película 16mm, escaneados e trazidos para a performance, no qual um software de processamento ao vivo permite que a passagem fotograma a fotograma seja trabalhada “elasticamente” através de frame blendings e pixel motion, resultando num filme em fluxo contínuo de morphs animados.
Na obra, uma dinâmica de ruído e informação, grão e pixel, é posta enquanto especulação acerca do surgimento de organizações da matéria, friccionando o pós-cinema da performance digital ao vivo com a ruinosa matriz fotoquímica do cinema em película, constituindo uma “mistura impura” que põe em questão passado, presente e futuro das imagens em movimento. Através da discussão de Kim Jihoon e Giuliana Bruno acerca da introdução do hibridismo nas experimentações do pós-cinema, junto da análise do morph enquanto elemento chave da materialidade (e mitologia) do audiovisual digital, avaliaremos como, na minúcia das passagens entre as imagens, Mateira Obscura coloca em movimento problemáticas da representação emergentes na passagem analógico-digital da tecnologia cinematográfica.
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